domingo, 5 de abril de 2009

Dimensões Espirituais do Centro Espírita - Partes III e IV

A direção espiritual
Os planos iniciais para a fundação de um Centro Espírita ocorrem na Espiritualidade com antecedência de muitos anos, quando a equipe espiritual assume a responsabilidade de orientar e assessorar as futuras atividades que ali serão desenvolvidas. Isto é feito em sintonia com aqueles que irão reencarnar com tais programações. Para chegar- se a estabelecer esses compromissos são estudadas as fichas cármicas daqueles que estarão à frente da obra no plano material, convites são feitos, planos são delineados e projetados para o futuro.
Não podemos nos esquecer que aqueles que se reúnem para um labor dessa ordem não o fazem por casualidade. Existem planificações da Espiritualidade que antecedem, portanto, à reencarnação dos que irão laborar no plano físico.
O projeto visa essencialmente a atender aos encarnados, pois através desse labor são concedidas oportunidades de crescimento espiritual, ensejos de resgate e redenção; reencontros de almas afins, de companheiros do passado ou, quem sabe, desafetos no caminho da tolerância e do perdão que a diretriz clarificadora do Espiritismo e a atmosfera balsâmica do Centro propiciarão. Para que isto seja alcançado, a Casa Espírita apresenta um leque de opções variadas de aprendizado e trabalho, onde se favorece a transformação moral, que deve ser o apanágio do verdadeiro espírita, através do exercício da caridade legítima a encarnados e desencarnados, da tolerância e da fraternidade no convívio com os companheiros – o que, em última análise, é a vivência espírita, que traz nos seus fundamentos a mensagem legada por Jesus.
Todavia, muitos desses ensejos de reconciliação, de harmonia, de progresso espiritual; muitas das esperanças e expectativas dos Benfeitores Espirituais são desdenhadas por nós, os encarnados, que esquecidos dos compromissos assumidos deixamo-nos envolver pelo personalismo, pela vaidade, pela disputa de cargos e deferências, pelo ciúme e inveja, por nos acreditarmos melhor que os outros, que somente nós sabemos e somos espíritas de verdade, que temos missão especial, quando não enveredamos por esse novo prisma de considerarmos a Casa Espírita como uma empresa, que deve ser dirigida friamente e dar constantes lucros, não importando que a Causa seja postergada e colocada em segundo plano para que tais resultados sejam alcançados, enfim, todos esses desvios de curso, todas essas idiossincrasias que abrem campo às dissidências e à sintonia com espíritos interessados em retardar a marcha do bem quanto a de nós próprios.
Quando, porém, sentimos e vivemos as diretrizes espíritas, é mais fácil compreender o nosso companheiro difícil e com ele conviver, aprendendo a estimá-lo realmente. Porque é mais fácil amar aquele que vem pedir socorro e que nos estende a mão do que o companheiro ao nosso lado, investido, muita vez, da posição de “fiscal” de nossas atitudes. Os Amigos Espirituais muito esperam de nós nesse campo da rearmonização com o nosso passado, porque, talvez, pela primeira vez já sabemos quanto às implicações do passado e responsabilidades no presente.
Por isto é essencial que nos esforcemos para viver as diretrizes espíritas, a fim de que honremos o Espiritismo não somente “com os lábios”, mas essencialmente com o coração, com o melhor de nós mesmos.

Os recursos magnéticos de defesa
Vejamos como Manoel Philomeno de Miranda explica quais as providências adotadas com relação à fundação do Centro Espírita Francisco Xavier:
“(...) antes mesmo que se definissem os planos da edificação material da Casa, foram tomadas medidas no que dizia respeito aos contingentes magnéticos no local e outras providências especiais.
Ergueu-se, posteriormente, o Núcleo, em cuja construção se observaram os cuidados de zelar pela aeração, conforto sem excesso, preservando- se a simplicidade e a total ausência de objetos e enfeites que não os mínimos indispensáveis móveis e utensílios para o seu funcionamento...
Todavia, nos respectivos departamentos reservados à câmara de passes, recinto mediúnico e sala de exposições doutrinárias, foram providenciadas aparelhagens complexas e com finalidades específicas, para cada mister apropriadas, no plano espiritual.” 2
Esses recursos magnéticos que constituem as defesas espirituais de um Centro Espírita fiel aos princípios da Codificação Kardequiana, conforme as circunstâncias o exigem, podem ser intensificados tal como é relatado no notável livro da querida médium Yvonne Pereira, Memórias de um Suicida, quando é mencionada a instituição na qual seriam realizadas algumas sessões mediúnicas especiais para atendimento de um grupo de suicidas.
Na próxima semana postaremos as partes V e VI. Fique acompanhando e poste seus comentários.

2 comentários:

  1. Fernando Antonio de Barros Lins5 de abril de 2009 às 14:20

    Acredito que, toda casa espírita, antes de ser fundada em seu aspecto material,previamente há de ser evidenciada pelos engenheiros espirituais e mentores, não olvidando que, as pessoas que farão parte futuramente, são engajadas para o labor na casa espírita, entretanto, como o labor na terra tem que ser através da via do esquecimento, nem todos caminham pelo já firmado no plano da erraticidade. É preciso que nos atenhamos na seguinte questão: É nos momentos de felicidade que provamos ser espíritas ? Não. É nos momentos de exercício cotidiano em prol da derrocada paulatina dos nossos defeitos e da própria convivência com o próximo, seja da casa espírita a qual frequentamos, seja em ambiente extra-casa espírita, que provaremos o que Kardec disse: " É pelo exercício diário em prol contínua da corrigenda dos nossos defeitos e más tendência que provamos ser espíritas" Em verdade, ainda nós pequeninos trabalhadores da casa espírita nos achamos os verdadeiros protagonistas da sua criação, da casa espírita, mas o que esquecemos de refletir é que a casa espírita através dos seus preceitos verdadeiramente cristãos servirão e servem para que todos nós aprendamos o que é realmente ser espírita, sem ser politiqueiro espírita, precisamos compreender que a casa espírita é uma casa do próprio Cristo, e que nós somos os primeiros a aprender com os seus ensinamentos.

    ResponderExcluir
  2. Olá Fernando! Todas as atividades espíritas constituídas dentro dos princípios da ética, do respeito ao próximo, com base nas orientações do Codificador, têm proteção espiritual de reconhecida capacidade de organização e operacionalização. Que bom que você acessa o blog.

    Marcos

    ResponderExcluir

Participe com seu comentário