segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Natal - Festa Real de Jesus

Feliz Natal! Natal se aproxima. Bem antes do tempo as vitrines enfeitadas convidam as pessoas a se lembrarem da época dos presentes.

Nesta fase aguda de crise é preciso recordar mais vivamente que o tempo do Natal esta chegando e é necessário provar aos parentes e amigos que pensamos neles.

Feliz Natal! Para muitos, esta pequena frase não se realiza tão facilmente quanto é pronunciada. Cercado de presentes, diante de iguarias, o ser humano não está feliz.

Nele, vai uma emoção tocada de incompletude, como se algo ou alguém estivesse faltando. Lá fora, na noite, noutras casas onde a luz escasseia e a mesa é pobre também se ouve: Feliz Natal! Lá e aqui a Noite Feliz parece não significar quase nada, a não ser o estranho paradoxo de se ter que aparentar felicidade porque assim é estabelecido. Afinal, o que se está comemorando? Um repórter, em movimentada avenida, perguntando aos transeuntes, que saem das lojas com embrulhos e sacolas, o que se comemora no dia 25 de dezembro, possivelmente obtivesse respostas variadas entre estas alguém se lembrasse de dizer que é a data do nascimento de Jesus.

Mas, por mais que se procure o aniversariante, Ele não é encontrado. Não há qualquer sinal nas ruas e lojas.

A exata compreensão do Natal sugere uma averiguação histórica quanto a data do nascimento de Jesus. Os pesquisadores não são unânimes em afirmar que ocorreu em dezembro, porque, na história do Cristianismo primitivo, os primeiros cristãos não tinham o hábito de celebrar o Natal, por considerarem a comemoração um costume pagão.

As primeiras observações acerca do nascimento aparecem por volta do ano 200. 0 dia 25 de dezembro foi mencionado em 336, o que não impedia que em outras datas também ocorressem os festejos, como, por exemplo, no dia 06 de janeiro, ate hoje é mantido pelas igrejas ortodoxas Orientais.
Com o passar dos séculos, o Natal foi deixando de ser uma festa de cunho religioso e passou a ganhar novos contornos, originários de culturas anteriores ao Cristianismo. Na Inglaterra, durante a Idade Media, o Natal transformou-se no dia mais alegre do ano, mas como esse estado de alma não era muito compatível com o "espírito sombrio" da época, os puritanos que encaravam a festa como pagã proibiram-na no país.

No ocidente, a celebração do Natal, anteriormente ligada ao nascimento de Jesus, aos poucos foi sendo modificada. A figura do Papai Noel, o bom velhinho, tornou-se um atrativo maior para as crianças, logo também para os adultos. As festas natalinas assumiram um caráter notadamente comercial, onde se estimula o consumismo desenfreado sob o pretexto de que esta é a época de se presentear os amigos e parentes.

Com tudo isso, Jesus foi sendo gradualmente substituído, de motivo central da festividade a elemento secundário na preferência popular, que resolveu homenagear outros ídolos.
Ele porém, dissera com convicção - "Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos o lugar". Ao fazer tal afirmação, o Cristo garantiu que há lugar para todos, que a Ele cabe preparar.

Mas, e Ele? Que lugar ocupa no mundo atual? Será um lugar específico? Numa escala de valores, está em primeiro lugar? A civilização ocidental rotulada como cristã, todavia, é muito difícil encontrarmos o Cristo no Cristianismo presente. Parece que os homens o baniram, substituindo-o por outros modelos de heróis, que na verdade, não expressam nenhum dos valores cristãos.
Cultuam-se ídolos que se sobressaem pela força de seus músculos, pela facilidade de manter grande número de pessoas, pelas conquistas amorosas, pela adoção deliberada de extravagantes atitudes eróticas para a venda milionária de discos e livros.

Longe está o modelo do herói cristão, que traz à memória as figuras de Gandhi, Albert Schweitzerer, Madre Tereza de Calcutá e alguns poucos mais.
Por isso o Natal se distancia cada vez mais do seu real significado. 0 aniversariante, por certo, não se importaria de ser presenteado. Um dia uma mulher pecadora rendeu-lhe homenagens perfumando os Seus pés com essência de nardo, diante dos fariseus estupefatos e dos apóstolos um tanto constrangidos. 0 Mestre aceitou a oferenda porque sabia da atitude que a impulsionava. Todavia, quão distante esse gesto de humildade, respeito e amor da comercialização desenfreada que ocorre em nossos dias! Onde está Jesus neste Natal? Ele nos prepara o lugar. E que lugar lhe damos em nossa vida? No momento em que nossa cultura comemora esta data, vale a pena guardar na memória e no sentimento uma certeza: essa região, que o Mestre prepara para nós, começa no território do coração, e só com muito trabalho e comprometimento com o amor genuíno é que ampliamos horizontes seguros de nossa paz.
Isto equivale dizer que o homem reconheceria, então, o lugar do Cristo como o legítimo Governador Espiritual da Terra.
Na verdade, o Natal não significa somente o nascimento de Jesus, em um dia específico, diante das datas do mundo, mas também o nascimento do Cristo na consciência renovada do Homem Integral, em qualquer dia, a qualquer hora.

É com essa visão que Carmem Cinira traduz, em poesia, a festa real de Jesus:
"Natal!... 0 mundo é todo um lar festivo...Claros guizos no ar vibram em bando...E Jesus continua procurando A humilde manjedoura do amor vivo.Natal! Eis a Divina Redenção!...Regozija-te e canta, renovado, Mas não negues ao Mestre desprezado A estalagem do proprio coração".


Suely Caldas Schubert / Carlos Augusto Abranches

Um comentário:

  1. Fernando Antonio de Barros Lins25 de dezembro de 2009 às 18:30

    O Natal deve ser o nascimento diário realizado em todos nós seres humanos, como meta de crescimento interior. Jesus ao nascer criou não somente uma data importante, mas também um marco inicial na vida de outrora e de hojem facilitando a todos nós a compreensão sobre o sentido da vida, que é o renascimento interior.

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